Quando se vai a uma entrevista de emprego leva-se a melhor roupa, os melhores sapatos, o melhor perfume, o melhor penteado... normalmente escolhem-se as melhores palavras e levam-se as melhores recomendações. Quando se começa a trabalhar dá-se o máximo. Fazem-se horas extra, os prazos nunca chegam ao limite e regra geral todos estão satisfeitos com o nosso trabalho. No entanto, ao fim de algum tempo as preocupações diminuem-se. Os prazos deixam de ser cumpridos, a apresentação deixa de ser tão cuidada e todas as recomendações que se tinham trazido começam a soar a coisa que o antigo patrão escreveu só para se ver livre mais depressa da pessoa em questão.
Na escola também era assim. No principio todos tinham cadernos organizadinhos, com canetas de várias cores... os sumários muito limpinhos... Número da lição à esquerda, data à direita e um pouco mais abaixo no centro aparecia um sumário com letra redondinha e cuidada. A mochila era preparada de véspera e todos os dias se verificava se no estojo não faltava nada. Claro que nos últimos dias de aulas já nada disso acontecia. Os cadernos já tinham folhas rasgadas e dos sumários já havia poucos vestígios. (Tantas vezes foram substituidos por desenhos)... As canetas de cor tinham sido reduzidas a metade. Algumas tinham-se acabado, outras tinham-se perdido... A mochila já nem sempre tinha todos os livros que devia ter e muitas vezes tinha uns quantos que já não eram precisos (era o que dava não desfazer a mochila de um dia para o outro).
A questão é: até que ponto se estende esta "dedicação de principiante"?
Sempre ouvi dizer que o primeiro ano de namoro é a "lua de mel". Será que encaramos o namoro da mesma forma que a escola ou um emprego? Será que no princípio apenas apresentamos uma falsa dedicação que mais cedo ou mais tarde acaba por cair como uma máscara? No fundo, a grande questão é: se já sabemos que mais cedo ou mais tarde a máscara vai cair, porque é que ainda há quem se dê ao trabalho de a pôr?
4 comentários:
hehe, a crítica era mais às máscaras grandes. as máscaras pequeninas até têm a sua graça;)
Um dia...
hihi
Beijinhos
Pomos sempre a máscara porque afinal de contas dá-nos gozo, nem que seja só no tal princípio.. E acho mesmo que o tirar a máscara é algo incosnciente. Não decidimos voluntariamente: 'Lá para meio do ano, começo-me a baldar para os sumários, para a letrinha bonita e para as canetas coloridas!'
Nahh, simplesmente acontece! :)
É a ordem natural das coisas!
Beijo*
Porque a vida sem máscaras não tinha piada nenhuma :)
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