segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Requisitos mínimos...

Imaginem que vêem um rapaz lindo de morrer e que esse rapaz vem meter conversa convosco.
A conversa corre bem, os temas são banais e por fim surge a pergunta:
- Então e onde é que vai ser a passagem de ano?
Vocês respondem com um sorriso que vão para o Funchal ver o fogo-de-artifício, que vai ser lindo e espectacular e que estão super entusiasmadas e que vai ser a melhor passagem de ano de sempre e estão à espera que ele responda qualquer coisa banal como "sim, realmente é fantástico" ou "ouvi dizer que é um sítio lindo" mas... não é isso que ouvem. Em vez de isso ele sai-se com:
- Funchal? aííííí deu-me uma branca... onde é que isso fica?
Meio a medo (não vá o rapaz estar a ter um AVC ou uma coisa assim do género) respondem:
- Madeira... ilhas...
Ao que ele diz:
- AH!!! Estava a pensar que era no Alentejo...
E pronto. Talvez ele seja mais direccionado para a matemática...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Brilhante

O palhaço

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.


Mário Crespo
14.12.2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Parabéns Francisco

O Francisco fez no sábado 5 aninhos. Foram 5 anos de vitórias, cinco anos de muita luta mas também de muitos sorrisos.
O Francisco (ou Kiko, como ele prefere) já foi a mais médicos e psiquiatras e psicólogos e terapeutas da fala nestes 5 aninhos dele do que a maior parte de nós em toda uma vida.
O Kiko é autista.
O Kiko tem 5 anos e só agora começou a construir frases. E a grande parte delas têm de ser arrancadas a ferros porque no mundo dele ele não precisa de falar. Ele gosta muito de festas e no sábado estava mesmo mesmo mesmo feliz, porque finalmente chegou a festa dele. De manhã quando liguei para casa dos meus tios e pedi para falar com ele ouvi do outro lado do telefone a vozinha dele completamente excitado a dizer "Olá Pima". E disse-o tão bem... no ano passado não seria capaz de o dizer assim. Para ser melhor ainda perguntei-lhe quantos anos é que o Kiko fazia e ele respondeu logo "O Kiko faz cinco". Depois começou a falar numa linguagem que já não era a minha mas deu para perceber que ele pousou o telefone num sítio qualquer e foi brincar.
Pela primeira vez o Kiko teve os amiguinhos da escola lá em casa e eu sei que ele gostou. Não foram todos os que ele queria. Na realidade foram convidados 8 e só 3 é que foram (e uma delas era a sobrinha da psicóloga que o acompanha). Às vezes penso que os pais devem ter medo. Mas se assim é só pode ser porque não conhecem o Kiko, porque ele é mesmo um doce. Nem sempre deu muita atenção aos amiguinhos, porque o Kiko é assim e está muitas vezes com a cabeça noutro sítio, mas quando os "via" brincava com eles e chamava-os pelos nomes. E dizia coisas como "A Matinha é tão quida"... e ria e pulava e dizia a todos "Quantos anos tens? O Kiko faz 5 anos".
Nestas alturas todos nos preocupamos com o futuro do Kiko. A Carolina ainda não fez 3 anos e já o ultrapassou há muito tempo na comunicação.
Como é que vai ser daqui a uns anos? Será que ele vai poder fazer a escolaridade normal? Será que ele vai ao menos aprender a ler? Que vai conseguir ser independente?
Ninguém sabe. Mas eu sei que o Kiko é um menino especial. Porque o Kiko sabe as letras todinhas e as desenha como ninguém e mais nenhum menino na turma dele sabe. Porque o Kiko consegue desenhar melhor do que eu (não que isto seja um grande elogio, mas enfim...). Porque o Kiko tem um sorriso lindo que enche uma sala e tem vindo a crescer, não só em tamanho mas também como pessoa. Porque mesmo sem falar o Kiko tem amigos. Porque quando pergunto à Carolina quem é o melhor amigo dela ela nem tem de pensar e diz logo com um sorriso de orelha a orelha que é o Kiko. Porque o Kiko sabe ver vídeos no youtube mesmo sem conseguir ler. Porque o Kiko já sabe a música toda da festa de natal de amanhã e eu sei que mesmo sem dizer muitas palavras como deve ser o Kiko vai ser o menino mais bonito do grupo e o mais afinadinho. E quando lhe baterem palmas no final, vai começar a saltar e a rir, porque palmas é sinónimo de festa e festa é o que o Kiko mais gosta.
O Kiko é o melhor afilhado que eu podia ter porque também me faz crescer.
Parabéns Kiko (eu sei que daqui a uns aninhos ainda vens aqui ler isto. Mas sem pressas, tens todo o tempo que precisares, ao teu ritmo);)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Natal

A minha avó mandou-me hoje um calendário daqueles para contar os dias até ao natal. Daqueles que se dá às crianças para elas comerem um chocolatinho por dia.
O meu calendário não só tem 24 chocolatinhos todos para mim como ainda por cima é da branca-de-neve!!! A sério!!!
É daqueles rituais que duram anos e anos. Eu sei que quando tiver 30 anos, se a minha avó ainda puder, ainda me vai dar um calendário destes, com a bela adormecida ou com a cinderela...
Adoro!

E o melhor é mesmo receber o calendário já dia 8, para poder comer logo 8 chocolates no mesmo dia! (sim, porque daqui para a frente eu respeito muito! Um chocolatinho por dia e dentes lavados logo a seguir!)

sábado, 5 de dezembro de 2009

De volta*

Bem, estou de volta. Para quem ainda se interrogava sobre o porquê da minha ausência, é muito simples: quando voltei das maravilhosas férias de que falei no post de baixo, feliz e contente, escrevi um lindo texto para publicar aqui. Escrevi, escrevi, escrevi... falei das noites de Party & company até às tantas da manhã, do Bowling, da praia, do Sol, da piscina, do Karaoke caseiro, da discoteca caseira, dos jogos de ténis, do concerto dos Xutos e da MARIA, das nossas lindas figuras todas e quando carreguei no botãozinho "Publicar mensagem" o blogspot refilou, disse que tinha ocorrido um erro e que não conseguia publicar o meu texto. E o meu texto desapareceu para sempre. E eu fiquei chateada com o blogspot. Porque estive séculos a escrever o texto e no final foi como se não tivesse escrito nada. Entrámos numa guerra, a ver quem é que cedia primeiro, se era eu a voltar a escrever ou o blogspot a mandar-me um e-mail a pedir as mais sinceras desculpas mas não deu em nada. Acabei por perder eu porque a Morce fez chantagem comigo e disse que enquanto eu não escrevesse outra vez ela também não escrevia mais. Raio da miúda, só porque me leva a conhecer Arroios já deve achar que tem algum direito! Mas como eu gosto de ler o blog da Morce e faz parte da minha rotina diária ler a quantidade monstruosa de textos que ela publica por hora, tive de ceder.
Em suma: estou de volta, irei dando umas novidades de vez em quando. Para já limito-me a informar-vos de que o meu fim-de-semana vai ter 5 dias (isto não é para fazer inveja a ninguém... não...) :)



*Morce, agora cumpre a tua parte ou acabaram-se os pequenos-almoços em Arroios:p