O problema de passar muito tempo sem cá vir é que depois tenho muito que escrever. Esta semana começaram as aulas (e sim, foram aulas a sério. As praxes eram só depois das aulas). Começámos logo a correr com um curso de introdução geral ao corpo humano e demos nada mais nada menos que TODOS os sistemas do corpo humano. O número de alunos ficou logo reduzido a metade no final da semana (acredito que depois voltem). Depois, tivemos duas palestras com Professor António Lobo Antunes (neurocirurgião daqueles que são mesmo mesmo mesmo mesmo mesmo prós). Uma delas foi sobre ser médico na actualidade. A outra foi sobre a medicina na arte, onde passámos a aula toda a ver desenhos de Da Vinci, Picasso, desenhos de livros antigos de anatomia… foi excepcional! O professor diz que vai disponibilizar o Power Point, por isso depois deixo aqui algumas das obras.
Vamos ter uma disciplina (ou cadeira, como quiserem), na qual vamos visitar crianças desfavorecidas, prisões, idosos abandonados, famílias que necessitem de apoio, instituições que fazem reintegração de deficientes na sociedade… tudo isto para desenvolver nos futuros médicos uma componente humana e emocional mais forte (é ou não é a melhor faculdade de medicina?)
Além das aulas, o convívio também foi do melhor. Conheci gente do Porto, do Algarve, da Madeira, dos Açores, de Lisboa, de Sintra… Há de tudo por lá. Até agora tenho a dizer que a impressão geral sobre os colegas é muito positiva. São simpáticos e prestáveis. Até os mais velhos, quando não nos estão a praxar, são bastante atenciosos. Lá na faculdade há o hábito de arranjar tutores (do 2º ano) para os alunos do 1º ano. A minha tutora é cinco estrelas e vai emprestar-me os livros e apontamentos todos dela, o que é uma GRANDE ajuda.
As praxes foram o habitual. Pintaram-nos as unhas e a cara, obrigaram-nos a ficar de 4 e de 3 (leia-se, só joelhos e cabeça no chão). Cantámos músicas bastante ordinárias por Lisboa mas também bastante divertidas. Fizemos o Haka e cantámos o “Menina estás à janela” para as pessoas que jantavam nas varandas dos restaurantes. Não podíamos olhar os nossos doutores de praxe nos olhos (regra número 1 dos caloiros, mas que me fartei de quebrar. Não tenho culpa que o rapaz tivesse uns olhos verdes do tamanho de uma bola de matraquilhos! “Caloira Joana, de 4 já!”)
Na 4ª feira fomos angariar dadores de medula. Sem grande sucesso, diga-se de passagem porque julgo que 99% das pessoas que ficaram convencidas foram caloiros que se auto-convenceram a ser dadores (melhor do que nada, certo?) Quando tiver um bocadinho mais de tempo ponho aqui as informações sobre transplantes de medula (pode ser que ainda consiga convencer algum visitante deste espaço).
Na 5ª à noite houve jantarada e festa. Música ao vivo. Tocou-se músicas dos Xutos, Quim Barreiros, O Fado do Estudante (indispensável)… Foi uma noite memorável. O convívio foi excelente. Dançámos, cantámos, gritámos e no dia seguinte às 9:30 da manhã já estava tudo na faculdade prontinho para dar o sistema urinário!
Gente aplicadinha, não?
1 comentário:
Assim vale a pena. Quando há entusiasmo e vontade e alegria.
Há tempo para tudo e tudo vale a pena na experiência universitária.
Aproveita :)
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