quinta-feira, 31 de março de 2011

Diz ele que eu sou estrela

Há pessoas estrelas e há pessoas cometas...

Os cometas passam.

Apenas são lembrados pelas datas que passam e que retornam.

As estrelas permanecem. O sol permanece.

Passam anos, milhões de anos, e as estrelas permanecem.


Há muita gente cometa.

Passa pela vida da gente apenas por instantes.

Gente que não prende ninguém e a ninguém que se prende.


Gente sem amigos, gente que passa pela vida sem iluminar, sem aquecer, sem marcar presença.

Importante é ser estrela.

Estar junto. Ser luz. Ser calor. Ser vida.


Amigo e Paixões são estrelas.

Podem passar anos.

Podem surgir distâncias, mas a marca fica no coração.

Coração que não quer enamorar-se de cometas, que apenas atraem olhares passageiros.


Ser cometa é ser companheiro por instantes, explorar os sentimentos humanos, ser aproveitador das pessoas e das situações, fazer-se acreditar e desacreditar ao mesmo tempo.


Solidão é resultado de uma vida cometa.

Ninguém fica, todos passam.

Há necessidades de criar um mundo de estrelas.

Todos os dias poder contar com elas e poder sentir seu calor.


Assim são os amigos estrelas na vida da gente.


São coragem nos momentos de tensão.

São luz nos momentos de desânimo.


Ser estrela neste mundo passageiro, nesse mundo cheio de pessoas cometas, é desafio, mas acima de tudo uma recompensa.


Recompensa de ter sido luz para muitos amigos, ter sido calor para muitos corações, ter nascido e vivido e não apenas existido.


Reinilson Câmara


Eu não sei se sou estrela, ou cometa, ou o que quer que seja. A verdade é que já vi muitas pessoas que julguei estrelas e que afinal foram cometas e que houve alguns cometas que de repente pararam e se transformaram em estrelas. Não sou muito boa a distinguir estrelas de cometas porque já percebi que não é tão fácil como à partida se possa pensar, mas gosto de ser vista como uma estrela de alguém.

Genial

Quam é que foi o iluminado que este semestre permitiu que tivessemos uma cadeira com a sigla DIE?

Percebo que esta malta de medicina não é boa da cabeça...

... quando um jantar de aniversário com leitão como prato principal acaba com quase vinte pessoas à volta de uma mesa da dissecar a cabeça do leitão...

sábado, 19 de março de 2011

Pai

Não vou dizer que o meu pai é o melhor pai do mundo. Não conheço os outros.
O meu pai tem falhas, defeitos vários. Mas também tem qualidades.
O meu pai sempre esteve presente em todos os momentos importantes da minha vida. E só não esteve no momento do meu nascimento porque teve o bom senso de perceber que mais provavel era cair para o lado assim que o médico pensasse em cortar a barriga da minha mãe.
O meu pai mudou-me muitas fraldas, deu-me muitas vezes o biberão durante a noite, o banho e ajudou-me a vestir. Penteava-me o cabelo todas as noites cem vezes com a escova, como as princesas faziam (embora nunca tivesse conseguido aprender a fazer-me tranças) e todas as noites rezava comigo e com o meu irmão e cantavamos uma música antes de adormecer. Fazia-me festinhas nas costas e, quando estava calor, abanava-me os lençois.
Todos os dias fazíamos os trabalhos de casa juntos. Aquelas cópias de uma página que demoravam séculos a fazer, as tabuadas todas desda do um à do dez, as composições... Às vezes, quando já era tarde e eu estava muito cansada, combinavamos e eu fazia o desenho no final da composição e ele pintava. Só nunca teve jeito nenhum para me ajudar a escrever poemas. É que para ele até rimas simples do estilo "Fui a beira-mar e fartei-me de brincar" podiam levar horas a inventar.
Todos os fins-de-semana íamos a parques ou a museus. Foi o meu pai que me levou pela primeira vez à ópera, quando tinha uns 11 anos, ver a Carmen de Bizet e ainda hoje me lembro da sensação de entrar no São Carlos com o meu pai e de me sentir mesmo crescida.
O meu pai nunca gostou que eu jogasse futebol mas nunca perdeu um único jogo.
Foi chato quando lhe pedi para sair até mais tarde, para ficar a dormir em casa de amigas, para me deixar ir ao cinema, à discoteca ou ao restaurante. Umas vezes consegui o que queria, outras vezes não, mas foram os vários nãos que levei que fizeram de mim a pessoa que sou hoje e por isso posso estar-lhe agradecida.
O meu pai fez-me a vida negra para namorar com o T. no secundário, mas hoje (ao contrário do que achava na altura) sei que o T. também não era o homem da minha vida.
Foi o meu pai que esteve quase sempre ao meu lado no carro quando comecei a conduzir. E era ele que me chateava com as mudanças até eu ficar maluca, mas o resultado final não foi mau dado que até hoje só bati uma vez e nem o meu carro pode testemunhar isso (obrigada meu querido pára-choques por teres permitido que não tenha ficado uma única marquinha em nenhum dos carros).
Hoje sei que prescindi de muitas coisas por causa dele, muitas mais do que aquelas que ele pensa, mas também sei que ele prescindiu de muitas outras por minha causa, por isso acho que estamos quites.
Feliz dia do Pai

sexta-feira, 11 de março de 2011

Contra-senso



O ginásio, as aulas com montes de pulos e gritos e as horas a pedalar feita maluca na bicicleta não me deixam qualquer marca no dia seguinte. Acordo como nova, não me dói nada!
Já o mesmo não se pode dizer de arrumar os armários do meu quarto (cof caos cof cof). Ontem foi até às duas da manhã e hoje vai continuar. Quando acordei parecia que me tinha passado um camião por cima, estou toda partida...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Depois de (finalmente) ter visto o cisne negro

Concluo que, às vezes, devia ser um bocadinho mais cisne negro.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Médica da família


Não me importo de ser a "médica" da minha família para coisinhas pequeninas. As amigdalites dos miúdos, as constipações, as dores de barriga, tudo bem, dá-se um jeito.
Importo-me sim quando a minha avó me arranja cópias de todos os exames médicos dela dos últimos anos e no fim me pergunta se eu acho que ela deve ou não fazer uma intervenção arriscada num coração que segundo o cardiologista passou de bater para abanar e que ultimamente até abanar abana mal.
Não sei, não tenho formação para isso nem capacidade de distanciamento que me permitam avaliar a situação como deve de ser. Já vi, revi e sublinhei os exames, mas não tenho experiência para saber o que é ou não melhor fazer.
O cirurgião cardio-torácico disse à minha avó que eu podia assistir a todas intervenções que fossem feitas e isso não me faz confusão. Afinal, estou apenas como espectadora, não decido nada, o que acontecer acontece quer eu lá esteja quer não esteja, por isso se a minha avó me quiser lá dentro lá estarei.
Pôr decisões assim nas minhas mãos já não é tão simpático.
E por enquanto, para mim, se o cirurgião e o cardiologista são a favor, eu não me meto à frente.

terça-feira, 1 de março de 2011

Das línguas

Sempre tive jeito para línguas. Falo inglês sem quaisquer problemas, é bastante fluente. Aprendi espanhol num instantinho para poder candidatar-me às Universidades espanholas e dado que fui aceite na melhor assumo que também me safava bastante bem. O francês nunca foi a minha língua de eleição, mas fazia-se bem... no 7º, 8º e 9º.
Agora, neste semestre escolhi francês como optativa e tenho a dizer que claramente não nos entendemos muito bem. O prof bem que tenta falar connosco, mas tenho alguma dificuldade em perceber tudo o que ele diz. Tiro o sentido geral da frase e já é bem bom dentro do panorama geral da turma.

Quando fiz o Natal Diferente este ano pensei que era importante aprender mais línguas. Apanhei muitos miúdos internados que só falavam crioulo (!!!) e na altura até pensei que se calhar não era má ideia apostar no crioulo, francês e na linguagem gestual.
Depois de dois dias de francês digo-vos: já é uma sorte não cortar relações com o inglês e com o espanhol. Línguas novas tão cedo não aprendo!