quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Pragmaticamente divagando

Há cerca de um ano houve uma pessoa que me descreveu como pragmática. Essa mesma pessoa enviou-me há alguns dias um e-mail em que dizia admirar a minha capacidade de organização.
É curioso ver como esse pragmatismo; essa minha organização; o meu lado prático e objectivo apenas estão presentes em algumas pequenas fracções da minha vida. Sim, sou sucinta a fazer "power points". Escolho o essencial. Muitas vezes, uma imagem e apenas uma ou duas palavras escolhidas a dedo por entre outras tantas. Sim, sou normalmente simples a escrever. Pego num tópico, escrevo organizadamente o que me passa pela cabeça e já está. Sou normalmente um poço de racionalidade (frieza?) no que diz respeito a analisar situações que não a minha. É fácil olhar para os outros e mais ou menos correctamente opinar, ou apenas pensar, sobre o que está bem; o que está mal; o que devem fazer... Mas quando chega o momento de olhar para mim; para as minhas decisões; para os meus sentimentos... é como se qualquer rasgo de pragmatismo; qualquer sombra de objectividade; qualquer vestígio de olho-que-cientificamente-analisa-a-vida se desmaterializasse.
E aí, no fundo da minha razão, posso pragmaticamente afirmar:
É (sou) o caos.

2 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Ser pragmático e racional não tem nada a ver com frieza. No meu trabalho tento fazer as coisas da forma mais simples possível, sem castrar a imaginação, que por vezes permite diferenciar o trabalho duma máquina do trabalho de um humano. Mas fora daí, quantas vezes mando às urtigas o pensamento estruturado...

Jo disse...

Rafeiro Perfumado, obrigada pelo comentário. Não podia concordar mais. Embora, muitas vezes fosse tudo tão mais fácil se pudessemos "maquinizar" um pouco mais os nossos pensamentos... Mas não tinha nem metade da graça, certo?:P